quinta-feira, 8 de maio de 2008

Trailer do 1o. filme de James Bond (007 contra o satânico Dr. No)

Rocky x Drago

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Rocky x Drago

Oi turma. Não consegui colar o vídeo, mas estou colocando o link para vocês assitirem no youtube. Valeu.

http://br.youtube.com/watch?v=0B8WMMR_vl0&NR=1

Rocky x Drago

Pessoal, estou tentando copiar o código para vocês verem o filme. Ainda não consegui, mas daqui a pouco resolveremos. rsrs

A Guerra Fria e a propaganda ideológica

Oi turma. Assunto da semana: o final da II Guerra e a Guerra Fria. Vimos que o confronto ideológico entre capitalismo e socialismo foi um aspecto central da Guerra Fria e a propaganda uma arma fundamental. Um instrumento impressionante para esse conflito foi o cinema. Os filmes da segunda metade do século XX contribuíram para construir e cristalizar as visões de mundo, as opiniões e o senso comum sobre o que se passava no planeta. Quem ainda não viu um filme do espião de Sua Majestade, 007, agente com "licença para matar"?

Comentamos também sobre Rocky IV, quando o herói enfrenta o soviético Ivan Drago, ok? Pois bem. A próxima postagem é a cena final do filme, que está no youtube pra todo mundo. Vejam e torçam!!! rsrsrs.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Trabalho para a 2a AP

Oi pessoal.

Segue a questão para o primeiro trabalho da 2a. AP:

"Martin Luther King e a questão racial americana."

Fazer uma dissertação com cerca de 30 linhas, individual e manuscrita. Cada turma deve entregar o seu trabalho na primeira aula que tiverem na próxima semana.

Que charge incrível!!! Nota 1000!!!


Charge de Humberto, Jornal do Commércio, 10/04/08

terça-feira, 8 de abril de 2008

Um pouco da vida de Luther King

Martin Luther King (1929-1968)

____Martin Luther King (1929-1968), pastor norte-americano, Prêmio Nobel, um dos principais líderes do movimento americano pelos direitos civis e defensor da resistência não violenta contra a opressão racial.Foi escolhido líder do movimento a favor dos direitos civis das minorias após organizar o famoso boicote ao transporte público em Montgomery (Alabama), em 1955.

____Lutou por um tratamento igualitário e contribuiu para a melhoria da situação da comunidade negra, mediante protestos pacíficos e discursos enérgicos sobre a necessidade do fim da desigualdade racial. Em 1963, dirigiu uma marcha pacífica do monumento a Washington até o Lincoln Memorial, onde pronunciou seu discurso mais famoso: "Eu Tenho um Sonho".
Formação e início de vidaKing nasceu em Atlanta, Geórgia, no dia 15 de janeiro de 1929. Entrou para o Morehouse College aos 15 anos e foi ordenado pastor batista aos 18 anos de idade. Depois de se formar no Seminário Teológico de Crozer como presidente da turma em 1951, fez pós-graduação na Universidade de Boston. Lá conheceu Coretta Scott, nascida em Marion, Alabama, com quem se casou em junho de 1953. Os estudos de King em Crozer e em Boston levaram-no a analisar os trabalhos do líder pacifista indiano Mohandas Karamchand Gandhi, cujas idéias se tornaram o núcleo da sua própria filosofia sobre o protesto não violento. Em 1954, King aceitou a designação para ser pastor da Igreja Batista da Avenida Dexter, em Montgomery, Alabama.

O boicote aos ônibus de MontgomeryNaquele mesmo ano, a Corte Suprema dos Estados Unidos proibiu qualquer tipo de educação pública segregadora, e no rastro daquela decisão, o Sul segregado logo foi desafiado em todas as áreas da administração pública. Em 1955, King, que havia acabado de terminar o doutorado, foi indicado para coordenar um boicote aos ônibus de Montgomery. Os líderes negros da cidade haviam organizado o boicote para protestar contra a segregação racial em vigor no transporte público após a prisão de Rosa Parks, uma mulher negra que havia se recusado a ceder o seu lugar a uma passageira branca. Durante a ação, que durou 381 dias, King foi preso, a sua casa foi atacada e muitas ameaças foram feitas contra a sua vida. O boicote foi encerrado mediante um mandado da Suprema Corte proibindo qualquer transporte público segregador.

O boicote de Montgomery foi uma vitória do protesto pacifista, e King emergiu como líder altamente respeitado. Como conseqüência os clérigos negros de todo o Sul organizaram a Conferência de Lideranças Cristãs do Sul (SCLC), tendo King como presidente.
Liderança quanto aos direitos civis

_Em uma visita à Índia em 1959, King pôde compreender melhor o que entendia por Satyagraha, o princípio de persuasão não violenta de Gandhi, que King estava determinado a empregar como o seu principal instrumento de protesto social. Entre seus protestos destacam-se a campanha, em 1963, a favor dos direitos civis em Birmingham, Alabama, a realização do censo para aprovação dos votos dos negros, o fim da segregação racial e a melhoria da educação e de moradia para os negros nos estados do sul. Dirigiu a histórica ”marcha” para Washington, em 28 de agosto de 1963, onde pronunciou o famoso discurso I have a dream (Tenho um sonho). Em 1964 recebeu o Prêmio Nobel da Paz.

Ampliação das preocupações_À medida em que o tempo foi passando, King foi ficando cada vez mais sensível às diferentes formas que a violência poderia assumir. Também havia ficado claro que inúmeras cidades do Norte que haviam enviado participantes aos protestos do Sul estavam apáticas em relação aos acertos necessários quanto à estratégia a ser seguida contra a discriminação racial. As lideranças negras, que estavam passando por uma transformação radical, começaram a desafiar as orientações de King. Após terem apoiado o litígio e a reconciliação, exigiam uma mudança “de qualquer maneira que fosse possível”. Em Chicago, onde foi lançada a primeira grande campanha no Norte, ele recebeu a oposição pública dos batistas negros. Lá os manifestantes negros encontraram brancos, armados, liderados por neonazistas e apoiados por membros da Ku Klux Klan. Quanto à guerra no Vietnã, a maioria dos negros sentia que os seus próprios problemas mereciam prioridade e que as lideranças negras deveriam se concentrar na luta contra a injustiça racial em casa. No início de 1967, entretanto, King se associou ao movimento contra a guerra e às suas lideranças nacionais brancas.
Assassinato

___Em abril de 1968 foi assassinado em Memphis, Tenessee, por um branco que havia escapado da prisão. Em 1986, o terceiro domingo de cada mês foi escolhido como a data para a comemoração dos direitos civis dos negros.

"Eu tenho um sonho", Martin Luther King

Eu estou contente em unir-me com vocês no dia que entrará para a história como a maior demonstração pela liberdade na história de nossa nação.

Cem anos atrás, um grande americano, na qual estamos sob sua simbólica sombra, assinou a Proclamação de Emancipação. Esse importante decreto veio como um grande farol de esperança para milhões de escravos negros que tinham murchados nas chamas da injustiça. Ele veio como uma alvorada para terminar a longa noite de seus cativeiros. Mas cem anos depois, o Negro ainda não é livre. Cem anos depois, a vida do Negro ainda é tristemente inválida pelas algemas da segregação e as cadeias de discriminação. Cem anos depois, o Negro vive em uma ilha só de pobreza no meio de um vasto oceano de prosperidade material. Cem anos depois, o Negro ainda adoece nos cantos da sociedade americana e se encontram exilados em sua própria terra. Assim, nós viemos aqui hoje para dramatizar sua vergonhosa condição.

De certo modo, nós viemos à capital de nossa nação para trocar um cheque. Quando os arquitetos de nossa república escreveram as magníficas palavras da Constituição e a Declaração da Independência, eles estavam assinando uma nota promissória para a qual todo americano seria seu herdeiro. Esta nota era uma promessa que todos os homens, sim, os homens negros, como também os homens brancos, teriam garantidos os direitos inalienáveis de vida, liberdade e a busca da felicidade. Hoje é óbvio que aquela América não apresentou esta nota promissória.

Em vez de honrar esta obrigação sagrada, a América deu para o povo negro um cheque sem fundo, um cheque que voltou marcado com "fundos insuficientes". Mas nós nos recusamos a acreditar que o banco da justiça é falível. Nós nos recusamos a acreditar que há capitais insuficientes de oportunidade nesta nação. Assim nós viemos trocar este cheque, um cheque que nos dará o direito de reclamar as riquezas de liberdade e a segurança da justiça. Nós também viemos para recordar à América dessa cruel urgência.

Este não é o momento para descansar no luxo refrescante ou tomar o remédio tranqüilizante do gradualismo. Agora é o tempo para transformar em realidade as promessas de democracia. Agora é o tempo para subir do vale das trevas da segregação ao caminho iluminado pelo sol da justiça racial. Agora é o tempo para erguer nossa nação das areias movediças da injustiça racial para a pedra sólida da fraternidade. Agora é o tempo para fazer da justiça uma realidade para todos os filhos de Deus. Seria fatal para a nação negligenciar a urgência desse momento. Este verão sufocante do legítimo descontentamento dos Negros não passará até termos um renovador outono de liberdade e igualdade.

Este ano de 1963 não é um fim, mas um começo. Esses que esperam que o Negro agora estará contente, terão um violento despertar se a nação votar aos negócios de sempre.Mas há algo que eu tenho que dizer ao meu povo que se dirige ao portal que conduz ao palácio da justiça. No processo de conquistar nosso legítimo direito, nós não devemos ser culpados de ações de injustiças. Não vamos satisfazer nossa sede de liberdade bebendo da xícara da amargura e do ódio. Nós sempre temos que conduzir nossa luta num alto nível de dignidade e disciplina. Nós não devemos permitir que nosso criativo protesto se degenere em violência física. Novamente e novamente nós temos que subir às majestosas alturas da reunião da força física com a força de alma. Nossa nova e maravilhosa combatividade mostrou à comunidade negra que não devemos ter uma desconfiança para com todas as pessoas brancas, para muitos de nossos irmãos brancos, como comprovamos pela presença deles aqui hoje, vieram entender que o destino deles é amarrado ao nosso destino. Eles vieram perceber que a liberdade deles é ligada indissoluvelmente a nossa liberdade. Nós não podemos caminhar só. E como nós caminhamos, nós temos que fazer a promessa que nós sempre marcharemos à frente. Nós não podemos retroceder.

Há esses que estão perguntando para os devotos dos direitos civis, "Quando vocês estarão satisfeitos?" Nós nunca estaremos satisfeitos enquanto o Negro for vítima dos horrores indizíveis da brutalidade policial. Nós nunca estaremos satisfeitos enquanto nossos corpos, pesados com a fadiga da viagem, não poderem ter hospedagem nos motéis das estradas e os hotéis das cidades. Nós não estaremos satisfeitos enquanto um Negro não puder votar no Mississipi e um Negro em Nova Iorque acreditar que ele não tem motivo para votar. Não, não, nós não estamos satisfeitos e nós não estaremos satisfeitos até que a justiça e a retidão rolem abaixo como águas de uma poderosa correnteza. Eu não esqueci que alguns de você vieram até aqui após grandes testes e sofrimentos. Alguns de você vieram recentemente de celas estreitas das prisões. Alguns de vocês vieram de áreas onde sua busca pela liberdade lhe deixaram marcas pelas tempestades das perseguições e pelos ventos de brutalidade policial. Você são o veteranos do sofrimento.

Continuem trabalhando com a fé que sofrimento imerecido é redentor. Voltem para o Mississippi, voltem para o Alabama, voltem para a Carolina do Sul, voltem para a Geórgia, voltem para Louisiana, voltem para as ruas sujas e guetos de nossas cidades do norte, sabendo que de alguma maneira esta situação pode e será mudada. Não se deixe caiar no vale de desespero. Eu digo a você hoje, meus amigos, que embora nós enfrentemos as dificuldades de hoje e amanhã.

Eu ainda tenho um sonho. É um sonho profundamente enraizado no sonho americano. Eu tenho um sonho que um dia esta nação se levantará e viverá o verdadeiro significado de sua crença - nós celebraremos estas verdades e elas serão claras para todos, que os homens são criados iguais. Eu tenho um sonho que um dia nas colinas vermelhas da Geórgia os filhos dos descendentes de escravos e os filhos dos desdentes dos donos de escravos poderão se sentar junto à mesa da fraternidade. Eu tenho um sonho que um dia, até mesmo no estado de Mississippi, um estado que transpira com o calor da injustiça, que transpira com o calor de opressão, será transformado em um oásis de liberdade e justiça. Eu tenho um sonho que minhas quatro pequenas crianças vão um dia viver em uma nação onde elas não serão julgadas pela cor da pele, mas pelo conteúdo de seu caráter. Eu tenho um sonho hoje! Eu tenho um sonho que um dia, no Alabama, com seus racistas malignos, com seu governador que tem os lábios gotejando palavras de intervenção e negação; nesse justo dia no Alabama meninos negros e meninas negras poderão unir as mãos com meninos brancos e meninas brancas como irmãs e irmãos. Eu tenho um sonho hoje! Eu tenho um sonho que um dia todo vale será exaltado, e todas as colinas e montanhas virão abaixo, os lugares ásperos serão aplainados e os lugares tortuosos serão endireitados e a glória do Senhor será revelada e toda a carne estará junta.

Esta é nossa esperança. Esta é a fé com que regressarei para o Sul. Com esta fé nós poderemos cortar da montanha do desespero uma pedra de esperança. Com esta fé nós poderemos transformar as discórdias estridentes de nossa nação em uma bela sinfonia de fraternidade. Com esta fé nós poderemos trabalhar juntos, rezar juntos, lutar juntos, para ir encarcerar juntos, defender liberdade juntos, e quem sabe nós seremos um dia livre. Este será o dia, este será o dia quando todas as crianças de Deus poderão cantar com um novo significado.

"Meu país, doce terra de liberdade, eu te canto. Terra onde meus pais morreram, terra do orgulho dos peregrinos, De qualquer lado da montanha, ouço o sino da liberdade!"

E se a América é uma grande nação, isto tem que se tornar verdadeiro. E assim ouvirei o sino da liberdade no extraordinário topo da montanha de New Hampshire. Ouvirei o sino da liberdade nas poderosas montanhas poderosas de Nova York. Ouvirei o sino da liberdade nos engrandecidos Alleghenies da Pennsylvania. Ouvirei o sino da liberdade nas montanhas cobertas de neve Rockies do Colorado. Ouvirei o sino da liberdade nas ladeiras curvas da Califórnia. Mas não é só isso. Ouvirei o sino da liberdade na Montanha de Pedra da Geórgia. Ouvirei o sino da liberdade na Montanha de Vigilância do Tennessee. Ouvirei o sino da liberdade em todas as colinas do Mississipi. Em todas as montanhas, ouviu o sino da liberdade. E quando isto acontecer, quando nós permitimos o sino da liberdade soar, quando nós deixarmos ele soar em toda moradia e todo vilarejo, em todo estado e em toda cidade, nós poderemos acelerar aquele dia quando todas as crianças de Deus, homens pretos e homens brancos, judeus e gentios, protestantes e católicos, poderão unir mãos e cantar nas palavras do velho spiritual negro:"Livre afinal, livre afinal.

Agradeço ao Deus todo-poderoso, nós somos livres afinal."

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Salazar em Portugal, 1926/1974.

Portugal viveu sob um regime autoritário de 28 de Maio de 1926 até 25 de Abril de 1974.
Desde a instauração da República, em 1910, que Portugal vivia uma época de conturbações políticas, econômicas e sociais, com as quedas de sucessivos governos e uma situação financeira periclitante, agravada com a participação na 1ª guerra mundial.

Havia uma grande instabilidade no país que propiciou o derrube do regime democrático-parlamentar e a instauração de uma ditadura com o golpe de 28 de Maio de 1926, chefiado por Gomes da Costa.

A partir de 1928, entra na cena política António de Oliveira Salazar, como ministro das finanças. Com uma política de austeridade, Salazar consegue equilibrar a balança econômico-financeira do país e construir uma imagem de homem de estado forte. Essa imagem e a sua influência têm peso para a aprovação da nova Constituição, que instauraria o regime do Estado Novo (a semelhança com o nome do regime inaugurado por Vargas no Brasil em 1937 não é mera coincidência - por isso, muitos associam esse momento no Brasil ao fascismo).

A Constituição de 1933 em Portugal vem dar força a um regime autoritário que proíbe os partidos políticos e as greves, estabelece a censura e cria polícia política. Esta polícia foi primeiramente chamada de PVDE e depois, em 1945, passa a ter o nome de PIDE.

Estas medidas serviram para criar um estado repressivo, que dominava pelo medo e pela ignorância. Para esta situação ajudavam também as más condições de vida de grande parte da população e as elevadas taxas de analfabetismo. Era mais fácil para Salazar dominar uma sociedade pobre e sem cultura.

Em 1968, Marcelo Caetano substitui Salazar, que se encontrava gravemente doente. Apesar das aparências de uma certa liberalização, que ficou conhecida como "primavera marcelista", as estruturas salazaristas mantinham-se iguais. Continuava a censura - agora chamada exame prévio, a PIDE - agora chamada DGS, e a guerra colonial (a luta das colônias africanas pela independência)
.
A interminável guerra colonial foi em grande parte o motivo que levou à queda do regime. O descontentamento popular que provocava, alastra aos militares que combatiam em Angola, Guiné e Moçambique. Foram as forças armadas que se rebelaram contra o regime e fizeram a revolução do 25 de Abril, chamada poeticamente de Revolução dos Cravos.

A loucura do nazi-fascismo tomou a Europa

A Europa mergulhou no mundo sombrio do fascismo a partir do final dos anos 20. Mussolini chegou ao poder na Itália em 1922, Hitler na Alemanha em 1933, o general Franco na Espanha em 1936, o professor Salazar em Portugal em 1928, depois, à medida em que as outras nações foram caindo sob o poder da Alemanha, também nelas governos se instalavam, a exemplo da Áustria, da França, da Polônia, da Grécia. Para orgulho perpétuo dos ingleses, a velha Ilha foi, efetivamente, o único lugar em que as doutrinas fascistas não tiveram forte penetração, apesar do flerte que o primeiro ministro Chamberlein travou com os alemães. O flerte do político conservador resultou na queda de seu gabinete, por imposição do rei Eduardo VIII e a ascensão de Winston Churchill em 10 de maio de 1940 e sua implacável oposição a Hitler.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Nova missão de Bush...

Para pensar depois das provas...

sexta-feira, 28 de março de 2008


Abreu e Lima e o cemitério dos ingleses.

Quando morreu, o bispo Cardoso Ayres proibiu que o corpo de Abreu e Lima fosse sepultado em qualquer cemitério católico. Detalhe, todos os cemitérios eram administrados pela Igreja Católica até a proclamação da república em 1889. O motivo da briga eram as posições do velho general em favor da liberdade religiosa e sua vinculação com a maçonaria.

O problema dos cemitérios também ocorreu em relação aos ingleses. A maioria dos que fixaram residência no Recife (depois de virem atraídos pelos negócios entre o estado e a Inglaterra) eram anglicanos ou presbiterianos e tinham sepultura negada pelo clero católico quando faleciam. O problema foi resolvido através de um acordo entre o imperador D. Pedro II e o governo inglês, com a doação nas principais províncias de terrenos para a construção de cemitérios voltados para os ingleses protestantes. Aqui no Recife, o Cemitério Britânico fica no cruzamento da av. Cruz Cabugá com a Av. Norte, próximo ao Shopping Tacaruna.

Quando a sepultura foi negada a Abreu e Lima, o Cemitério Britânico abriu suas portas e recebeu o corpo do general, que está até hoje no mesmo lugar. Algumas tentativas de remover o corpo para um mausoléu a ser construído no Cemitério de Santo Amaro foram rejeitadas por descendentes, que afirmaram que a manutenção do sepulcro no Cemitério dos Ingleses representaria as convicções e a vontade do general, além de ser um marco para a memória da história da província.

Abreu e Lima, a refinaria e a Venezuela.

O que os três itens acima possuem em comum? Abreu e Lima foi um dos revolucionários pernambucanos de 1817, formado desde criança com profundas convicções liberais (inclusive, viu o pai ser executado na rebelião de 1817). Isso significava no início do século XIX lutar contra o domínio das metrópoles, a favor da independência e de movimentos republicanos, além da defesa da liberdade de religião e de opinião.

Derrotado o governo republicano de 1817, Abreu e Lima foi para a Venezuela e alistou-se nos exércitos de Bolívar e participou como um de seus generais na luta pela independência da Venezuela e da Colômbia contra a Espanha. Hoje, o general pernambucano é integrante da galeria dos heróis nacionais da Venezuela, com direito a estátua ao lado da de Bolívar na praça central de Caracas.

Quando Hugo Chávez iniciou o seu governo, ele proclamou sua intenção de fazer uma "revolução bolivariana", que recuperasse o ideal de unidade latino-americana, etc. etc. Há cerca de três anos, surgiu o projeto de formação de empreendimentos comerciais comuns entre as estatais do petróleo do Brasil e da Venezuela (Petrobrás e PDVSA). As duas empresas explorariam em sociedade uma refinaria a ser construída no litoral do Nordeste do Brasil e a retirada de petróleo na bacia hidrográfica do rio Orinoco, na Venezuela. ATENÇÃO: Na visita conjunta desta semana, os presidentes Lula e Hugo Chávez definiram a participação de cada um no empreendimento (a Petrobrás com 60 e a PDVSA com 40%).

Quando o local da instalação da refinaria iria ser definido, o presidente Chávez demonstrou o interesse em que o estado escolhido fosse Pernambuco, em homenagem ao Abreu e Lima. Claro que o estado também possuía outros caracteres para essa definição, a exemplo de localização, profundidade do porto de Suape, abastecimento d'água, etc. Assim, Abreu e Lima acabou por ser um importante "cabo eleitoral" para que a refinaria fosse instalada em Pernambuco.

terça-feira, 25 de março de 2008

Crise do liberalismo

A crise de 1929 assinalou a ascensão em todo o ocidente de tendências que defendiam o intervencionismo do estado na economia. Todas as tendências que se consolidaram para enfrentar possuíam um certo grau de intervenção do Estado na economia. Vejamos:

a) Socialismo soviético - não surgiu para enfrentar a crise (a Revolução Russa foi de 1917), mas indicou a tendência para a economia planificada, isto é, planejada, dirigida, controlada pelo governo, que assumia a propriedade dos meios de produção.

b) Nazi-facismo - o modelo econômico alemão era de forte intervenção do Estado na economia, mas com a predominância da iniciativa privada. Diríamos que eles consolidaram o modelo do capitalismo autoritário (que na vertente alemã foi chamada de totalitária).

c) New Deal - o modelo de Roosevelt (que trouxe o economista inglês John Maynard Keynes para ajudá-lo) combinava iniciativa privada, estímulo da economia pelo Estado e manutenção dos instrumentos políticos liberais (eleições, partidos, liberdade de imprensa e expressão - embora os sucessivos governos americanos ao longo do século XX fossem bastante intolerantes e repressivos para com as organizações sociais e manifestações políticas operárias).

d) Welfare State - depois da II Guerra, o modelo econômico europeu consolidou as posições de manutenção da iniciativa privada, controle/fiscalização/estímulo da economia pelo Estado e democracia liberal (tudo isso financiado por uma forte carga de impostos).

Foi essa a crise das doutrinas liberais, que pregavam a liberdade de mercado e que predominavam desde o final do século XVIII.

sexta-feira, 21 de março de 2008

Tratado de Versalhes (2) - A República de Weimar

O pós-guerra alemão combinou uma fórmula absolutamente contraditória. Na política, o fim do II Reich foi consolidado pela proclamação da república, na forma parlamentarista. Mesmo com os padrões democráticos da nova constituição de acordo com um modelo liberal (voto universal, eleições periódicas, liberdade de imprensa e partidária) foi implementada uma intensa perseguição aos comunistas e grupos socialistas. No plano econômico, novamente contradições. Um país cujo parque industrial saiu relativamente preservado da guerra (boa parte dos conflitos ocorreram fora da Alemanha), mas pressionado pelas pesadas indenizações impostas pelo Tratado de Versalhes.

Um sinal de que o mundo que emergia da guerra era diferente daquele de 1914 foi o fato de que os EUA foram os principais financiadores do pagamento das dívidas germânicas. Isso mostra o nível de interdependência que as economias passavam a ter e como a crise de 1929 impactou os países europeus.

quarta-feira, 19 de março de 2008

Tratado de Versalhes - uma nova conjuntura internacional...

O Tratado de Versalhes apontou para um mundo diferente daquele do século XIX. Ele marcou o fim dos grandes impérios dos séculos anteriores (russo, turco-otomano, austro-húngaro e alemão) e a ascensão dos EUA no cenário internacional.

Durante todo o século XIX os EUA assumiram uma postura diante da política internacional que é chamada de isolacionismo. Essa expressão não é pejorativa, mas reflete a disposição do país em garantir a sua hegemonia sobre a América Latina, principalmente a América Central. A compreensão de seus sucessivos governos era de que as guerras e os conflitos europeus não eram de seu interesse. E não eram mesmo. Vejamos. Qual o interesse dos EUA nas guerras napoleônicas? Nos conflitos entre liberais e os que desejavam a volta do absolutismo durante a década de 1830 e 1840? Na unificação italiana e alemã? Eram conflitos europeus, que em última análise buscavam eliminar os restos da herança feudal e criar as bases sociais, jurídicas e políticas do capitalismo e da política modernos. O isolacionismo americano foi assinalado pelo discurso do presidente James Monroe, que ficou conhecido por Doutrina Monroe: "A América para os americanos". Essa doutrina marcou a posição dos EUA diante das articulações da Inglaterra em apoio às independências latino-americanas e o sinal de que a sua prioridade era a hegemonia sobre a América Latina.

As posições assumidas pelo governo americano durante a Grande Guerra marcaram a passagem desse isolacionismo para o desejo de afirmar-se mais ativamente no cenário internacional. O presidente Woodrow Wilson foi o responsável por propor a entrada do país na guerra e depois, também propôs a criação da Liga das Nações. O congresso americano, entretanto, controlado pelos republicanos, primeiro demorou a aprovar o envio de tropas ao conflito, e depois rejeitou a entrada do país na Liga das Nações. São informações que nos indicam o profundo debate em que a sociedade americana estava envolvida, sobre o papel que ela deveria assumir naquele momento em que as grandes potências européias estavam em declínio.

Charge de Miguel, no JC de hoje


segunda-feira, 17 de março de 2008

Assuntos para as AE's

Atenção turmas, para o assunto de nossas provas:

Turmas 301, 302 e 303:

a) Imperialismo (neocolonialismo);
b) Primeira Guerra;
c) Revolução Russa 1917;
d) Crise de 1929;
e) F. D. Roosevelt e o New Deal.

Atenção: 301 e 302 fazem provas com 10 questões e a 303 com 16 questões.

Turma 204:

a) Alta Idade Média;
b) Baixa Idade Média.

Atenção: 204 faz prova com 16 questões.

O Peixe, de Patativa do Assaré.

Tendo por berço o lago cristalino
folga o Peixe, a nadar todo inocente.
medo ou receio do porvir não sente,
pois vive incauto do fatal destino.

Se a ponta de um fio longo e fino
a isca avista, ferra-a inconsciente,
ficando o pobre peixe de repente,
preso ao anzol do pescador ladino.

O camponês, também, no nosso estado,
ante a campanha eleitoral, coitado!
Daquele peixe tem a mesma sorte.

(O prof. Renan distribuiu esse poema hoje para a leitura em sala)

Antes do pleito, festa, riso e gosto,
depois do pleito, imposto e mais imposto.
Pobre matuto do sertão do Norte!

sábado, 15 de março de 2008

Capas da semana (4)


Capas da semana (3)


Capas da semana (2)


capas das revistas da semana (1)


sexta-feira, 14 de março de 2008

Crescimento da economia

Na Inglaterra, o jornal The Guardian publicou hoje um caderno de 20 páginas sobre o Brasil. O ponto de vista sobre a economia merece destaque. Vejam o comentário na página da BBC.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/03/080314_pressguardianbrasil_ba.shtml

quinta-feira, 13 de março de 2008

Gabarito da turma 303 e da turma 204 são os mesmos.

21 a
22 c
23 a
24 c
25 e
26 a
27 b
28 b
29 e
30 b
31 c
32 b
33 b
34 b
35 a

Charges.com.br - o garoto aprovado em direito...

terça-feira, 11 de março de 2008

Seminário de profissões

Oi pessoal. Estamos aqui, online, no seminário de profissões. rsrsrs. Resumo das falas dos palestrantes, até o momento:

1) Procure fazer aquilo que você gosta, de forma dedicada, disciplinada, apaixonada.

2) O salário é uma conseqüência dessa dedicação, dessa garra.

3) O país está crescendo muito em todas as áreas, havendo uma demanda nova por profissionais em todos os cursos que você pretenda fazer.

06 de março de 1817 - Data Magna de Pernambuco

Oi turma. Nosso estado vivenciou no último dia 06, as primeiras comemorações da "data magna" depois da aprovação da lei no final do ano passado. A data foi marcada por palestras, shows no Marco Zero e ampliação do noticiário sobre o assunto na imprensa. A historiografia nacional privilegia até hoje os acontecimentos em torno da Inconfidência Mineira. Com a proclamação da república, o 21 de abril foi alçado à condição de data nacional. Acontece que o movimento de março de 1817 foi incomparavelmente mais importante que os acontecimentos de Minas, que não passou da fase do planejamento, da fase das conspirações. Em Pernambuco, 1817, foi proclamada a independência, a separação efetiva de Portugal, com a instalação de um governo autônomo que funcionou durante cerca de 70 dias. Pouco tempo, sob o aspecto meramente numérico, mas de uma importância monumental sob o aspecto simbólico. Inclusive a repressão feita pelo governo português foi muito mais violenta que em Minas. Em Pernambuco houve cerca de 1700 presos, centenas de execuções, degredo para a África, a Ásia (territórios do império português).

Durante o império, portanto, a memória sobre estes eventos foi simplesmente ocultada, haja vista que o império não tinha o menor interesse em tratar de um movimento republicano e de independência. Quando a república começou, algumas iniciativas foram tomadas para a exaltação desses episódios. No centenário dos eventos, em 1917, estabeleceu-se um feriado comemorativo, mas depois abandonado.

Logo mais, postarei alguns links para o assunto.

sexta-feira, 7 de março de 2008

Obra de Jorge Amado sai da Record e vai para a Companhia das Letras

Boa notícia para quem gosta de literatura. A obra de Jorge Amado, que por muito tempo foi publicada pela Editora Record está sendo relançada, agora pela Companhia das Letras. É bom porque a Record fazia as edições ano após ano sem muitas modificações, mesma capa, e tal. A Companhia das Letras tem um trabalho muito mais apurado na edição de suas obras. Ganha o leitor. Aliás, a Record já havia perdido anteriormente a publicação da obra de Gilberto Freyre. Seu livro mais conhecido, por exemplo, Casa Grande e Senzala, havia mais de década era publicado na mesma edição com uma capa que nem orelha tinha!!! Confiram a notícia completa no link abaixo:



http://diversao.uol.com.br/ultnot/livros/resenhas/2008/03/07/ult5668u7.jhtm

segunda-feira, 3 de março de 2008

Tradução do discurso de Martin Luther King

Oi turma. Confiram no link abaixo a tradução do discurso de Luther King. Boa leitura.

http://www.portalafro.com.br/religioes/evangelicos/discursoking.htm

Vídeo - "I have a dream."

"Eu tenho um sonho", Martin Luther King

Oi turma. No próximo dia 04 de abril, completam 40 anos do assassinato do pastor batista Martin Luther King, em Menphis. King foi o mais renomado líder do movimento pelos direitos civis nos EUA. Depois da abolição da escravidão por Lincoln, em 1863, foi feita uma emenda à constituição igualando os direitos dos negros aos dos brancos. Mas os estados, principalmente os do sul, escravistas, protestaram, argumentando que cada estado é que deveria elaborar sua própria legislação sobre os direitos civis. Resultado: a maioria dos estados retiraram o direito de voto e de ser votado para os negros, além de vários instituírem a segregação racial, com escolas e igrejas para negros e brancos. Algumas das práticas absurdas previa a proibição dos negros sentarem nos bancos dianteiros dos ônibus, só podendo fazê-lo na parte traseira do veículo.

Luther King liderou os grandes boicotes contra as empresas que adotavam algum tipo de discriminação, contra as empresas de ônibus, marchas sobre Washington, pressões para a elaboração de leis de igualdade racial e de compensação para os negros. Em 1963, o presidente Kennedy assinou as leis nacionais de direitos civis, que impunham a todos os estados a igualdade no tratamento entre negros e brancos, independente da vontade do estado, como seria inicialmente na emenda à constituição por volta de 1863.

Entre alguns de seus mais famosos discursos, está o "I have a dream" (eu tenho um sonho), onde ele trata de um mundo sem preconceitos. Belo, sensível, utópico, sonhador. O próximo post é o discurso original, em inglês. Depois coloco a tradução. Vale pelas imagens da época, para revisar a história da segunda metade do século XIX e para treinar o inglês. rsrsrs.

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Comentários

1) O iluminismo foi um movimento intelectual que buscou combater o absolutismo, questionando a centralização de poderes do rei; combater o pensamento místico-religioso e suas explicações para o mundo; e realizar essas explicações de forma racional.

2) Aquino foi o mais importante pensador católico no início da baixa idade média. Tentou uma conciliação entre razão e fé.

3) Hobbes foi um pensador que legitimou o absolutismo monárquico, tendo vivido no século XVII.

4) O objetivo dos "socialistas científicos" ou marxistas era a superação da sociedade capitalista através de uma revolução social, que instaurasse o socialismo, que um dia viria a tornar-se o comunismo.

5) A consolidação da revolução industrial na Inglaterra levou à defesa da idéia do liberalismo e do fim das barreiras alfandegárias entre os países. Adam Smith (A Riqueza das Nações) dizia que a "mão invisível do mercado" regularia as relações entre as nações.

6) Os liberais defendiam a abertura dos mercados conforme comentamos acima e, principalmente a partir de 1850, a realização de reformas que ajudassem a controlar a questão social.

7) Os anarquistas defendiam essas idéias. Eles eram favoráveis a uma revolução social que levasse imediatamente à extinção do estado, diferentemente dos comunistas, que defendiam a organização de uma etapa intermediária, que seria o socialismo.

8) Confederação Germânica e Zollverein tem a ver com a Alemanha, óbvio, não?

9) Inglaterra. A Alemanha está excluída como possibilidade porque a questão faz referência a todo o século XIX. Enquanto que a França, os EUA e a Holanda não possuíam essa condição de maiores exportadores mundiais.

10) Entre os fatores que contribuíram para a Revolução Russa, sem dúvida, esteve a falta de sensibilidade e competência dos czares em fazer reformas sociais, a crise militar provocada pelas derrotas na I Guerra e a profunda miséria das populações camponesas.

Gabaritos da 301 e 302 - Simulado

21 A
22 D
23 D
24 D
25 E
26 B
27 E
28 A
29 B
30 B

Depois da homenagem ao Sport, outra para o Santa. E aí, Fivo?

JC, 29/02/08

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Novo! Blog da Espcex! Divulguem!

Oi turma. Comecei agora há pouco um novo blog, voltado para as turmas da espcex. Nele discutiremos os temas de história abordados pelo programa do concurso dos meninos. Colaborem divulgando o endereço para todos. Vocês tem os emails dos colegas, então, mãos à obra para espalhar o endereço do blog. Hoje ele tem pouca coisa, mas amanhã eu já estarei "alimentando" a página. rsrsrs

www.espcex.blogspot.com

Valeu. Um abraço.

EUA e Coréia do Norte: post escriptum da Guerra Fria.

Oi turma. Segue abaixo, um ótimo editorial do New York Times sobre as relações entre os EUA e a Coréia do Norte. Nos últimos dias a imprensa noticiou a apresentação da orquestra sinfônica de Nova York na Coréia e o fato como um verdadeiro lance de diplomacia. Para entender mais, temos que nos voltar para o século XX e rever tanto a Guerra Fria quanto repassar os interesses norte-americanos no sudeste asiático. Confiram.

http://ultimosegundo.ig.com.br/new_york_times/2008/02/28/editorial_a_relacao_problematica_entre_os_eua_e_a_coreia_do_norte__1209622.html

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

O campo depende cada vez mais da cidade ou os perigos do senso comum.

Oi pessoal. Surgiu um debate interessante hoje que vale a pena retormar e pensar mais sobre ele. A pergunta foi: a cidade depende do campo ou o campo é que depende da cidade. Temos duas observações a fazer sobre isso. A primeira, trata da diferença entre as nossas impressões e opiniões pessoais e aquilo que é ciência, demonstrável e que é o objeto do aprendizado escolar. A segunda, a resposta para a questão.

Primeiro, chamamos de senso comum as opiniões gerais que temos sobre determinados assuntos. É o popular "achismo": "eu acho que é assim". O senso comum traz nossos conhecimentos prévios sobre uma infinidade de coisas, ele nos fornece os saberes necessários ao nosso relacionamento cotidiano na sociedade. Mas ele também traz problemas: de início, pode ser bastante preconceituoso. Por exemplo, podemos chamar de senso comum afirmativas que tratam o tal povo como preguiçoso (dizer que o baiano, o brasileiro ou o índio são preguiçosos, por exemplo). Nada há de concreto que comprovem tais opiniões, mas o povão continua a proferi-las.

Outra dificuldade com o senso comum é tratar as situações que ele busca explicar de forma pouco aprofundada, contentando-se com as aparências do problema. O senso comum não examina profundamente nenhuma questão, dá os seus posicionamentos sempre de forma genérica e baseada em estereótipos. O papel do conhecimento científico, acadêmico, da escola, do pensamento racional, enfim, é desmistificar o senso comum. Vejamos um exemplo clássico: durante séculos, acreditou-se que o Sol girava em torno da Terra por uma evidência claríssima, lógica e de muito difícil refutação: nós vemos diariamente, por toda a nossa vida, o Sol descrevendo o seu percurso sobre a Terra!

Aliás, o senso comum também fez Josué se enganar ao interpretar os acontecimentos das batalhas em torno das muralhas de Jericó. Segundo o episódio narrado pela Bíblia, Josué orou e Deus, para que ele vencesse os inimigos dentro de Jericó, fez o Sol parar! Ora, se é a Terra que gira em torno do Sol, ele não pode parar, percebe? Se você é um religioso, calma! Eu não estou dizendo que a Bíblia está errada nem que o episódio não aconteceu. Estou dizendo apenas que, se ele ocorreu, Josué entendeu e escreveu errado. O senso comum lhe dizia que Deus havia parado o Sol, quando, na verdade, a Terra é que teria parado de girar (repito, de acordo com os religiosos). Isso é tão sério que o texto do livro de Josué foi usado por toda a Idade Média para provar que a Terra era o centro do Universo. Estão percebendo a diferença entre o senso comum e o pensamento científico e como essas discrepâncias são fáceis e constantes? Poderíamos resumir assim: nem tudo é o que parece!

Finalmente, nossa resposta. À medida em que o século XX avançou, o campo depende de forma cada vez mais da cidade. Pode contrariar o nosso senso comum, mas é assim. Vejamos. Os agricultores dependem dos financiamentos públicos (dos governos) e privados para realizarem as suas safras. Todos os anos, antes de iniciar a safra, agricultores pressionam o governo por mais verbas para o plantio e colheita. Pequenos agricultores dependem da distribuição de sementes por parte do Estado. Alguns exigem mesmo que o Estado garanta um preço mínimo para o que ele vai vender. As sementes dependem cada vez mais das pesquisas realizadas nos centros universitários e pelas grandes empresas químicas. É aqui que a discussão dos transgênicos ganha importância crucial. Ora, já há hoje sementes fabricadas em laboratório que não germinam uma segunda geração. Ou seja, depois da colheita o agricultor teria que procurar novamenta a empresa para comprar dela as novas sementes para a nova safra! Tais práticas ainda não foram implementadas por causa da resistência e questionamentos da própria sociedade diante de tal absurdo. O planejamento da safra, o que vai ser plantado é definido também nos grandes centros, tanto por governos, quanto por grandes multinacionais, que dizem mesmo o que e onde tal ou qual produto deverá ser cultivado. O campo, na sociedade contemporânea, depende da cidade.

Um abraço, boas reflexões, e pensem no perigo de usar o senso comum para dar explicações acadêmicas para

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

TV, cabelos e consumismo.

Já li em algum lugar sobre uma pesquisa feita entre universitários norte-americanos sobre a influência que a imagem exerce sobre as pessoas. Os membros do time de futebol americano (fortes, atléticos, imagem de saudáveis, ok?) passavam a usar uma fita vermelha amarrada a um dos tornozelos. Algum tempo depois, a maioria dos outros rapazes também estavam utilizando fitas vermelhas amarradas aos seus tornozelos. Conclusão: o time possuía uma imagem positiva com a qual os demais jovens, inconscientemente, buscavam associar-se. Usar a fita era uma forma de identificar-se com o time e tudo aquilo que ele simboliza, com várias formas de prestígio e poder.

A televisão também dita moda entre nós e isso não é um segredo para ninguém. Vejamos o caso (triste, em minha opinião) da novelinha global, a malhação. De repente, a TV passa a apresentar um jovem (que ela mostra como estudante, que vergonha de estudante!) usando cabelos grandes (versão pós-moderna do Black Power) e... não dá outra! Milhares de jovens pelo país afora passam a apresentar suas madeixas crescidas, à semelhança do pseudo-estudante televisivo. Vale lembrar que a moda tem sua representação de acordo com a época. Na década de 60 os cabelos encarapinhados crescidos demonstravam uma insatisfação genérica contra o sistema. Era a época da contracultura americana, do movimento hippie, dos protestos contra a guerra do Vietnã, etc. Hoje estão ligados a um consumismo desregrado, sem limites, a uma cultura individualista (no pior sentido desse termo) e que se esgota no culto ao próprio corpo.

A TV e o mercado jogam com o próprio sentimento de rebeldia, natural da adolescência, para conduzi-la, refreá-la, limitá-la e, contradição das contradições, controlar e conduzir o jovem para o consumismo. Para demonstrar suas insatisfações, ele deve comprar uma calça esfarrapada, comprar aquela pulseira, aquele colar, aquele piercing, aquela mochila, deixar o cabelo crescer daquela forma, imitar aqueles gestos, enfim. O resultado, infelizmente, é uma garotada cada vez mais uniformizada pelo que de pior a mídia pode produzir.

Recordar é viver. Homenagem ao gol de Romário contra o Sport. rsrsrs


segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Procurando por postagens que já saíram da página principal?

Procurando por postagens que já saíram da página principal? Procure no ARQUIVO DO BLOG, do lado esquerdo, abaixo. Valeu. Tchau.

Medo de atentado faz Obama reforçar a segurança.

A NOTÍCIA ABAIXO FOI EXTRAÍDA DO BLOG DO PAULO MOREIRA LEITE, JORNALISTA, REPORTER ESPECIAL DO IG, JÁ FOI REDATOR CHEFE DA VEJA E DIRETOR DE REDAÇÃO DA ÉPOCA (VOCÊ ACESSA O BLOG DELE PELO PORTAL DO IG).

O New York Times revela hoje um dos segredos de polichinelo da campanha presidencial: Barack Obama é um candidato com a segurança reforçada, mobilizando agentes e recursos num volume maior do que Hillary Clinton, que tem direito a segurança do Estado porque é primeira-dama.

A proteção a Obama se explica pela violência da sociedade americana, em geral, e pelos assassinatos políticos, em particular. Obama costuma ser comparado com políticos que despertaram grandes esperanças na população -- John Kennedy, Martin Luther King, Bob Kennedey -- e que morreram assassinados nos anos 60, isto é, há menos de 50 anos.

Não há suspeitas concretas sobre eventuais atentados contra Obama. São temores baseados nos crimes anteriores mas, mesmo assim, o receio é bem maior do que se poderia imaginar. É partilhado por políticos experimentados, que pressionaram Obama para convencê-lo a só circular pelo país com a proteção reforçado. Sua campanha conta com os homens do serviço secreto desde 3 de maio do ano passado -- jamais um presidenciável requisitou esse auxílio com tanta antecedência.

Cabos-eleitorais e militantes da campanha de Obama, que conhecem as doenças subterrâneas da cultura americana, também se ocupam do assunto. Uma diplomata branca, que tomou a iniciativa de chamar minha atenção sobre o tema, me fala dos supremacistas, aqueles cidadãos que se auto-nomearam defensores da superioridade racial. "Isso só existe em nosso país," diz ela. "Você pode ter certeza que os negros americanos sabem disso, pensam nisso, mas tem até medo de falar sobre isso," me disse Mavel Jones, que é funcionaria graduada de uma grande seguradora, ocupada com clientes de baixa renda e serviço comunitário junto a população do Harlem, em Nova York. Com antepassados negros e portoriquenhos, Mavel diz:"Alguns negros tem medo até de votar em Obama pelo receio de que possa lhe acontecer alguma coisa. Não votam nele para protgê-lo."

Crimes políticos existem em diversos países mas aqueles que ocorrem nos Estados Unidos tem uma traço comum: dificilmente se consegue apontar uma explicação para gestos tão extremos. Sempre fica uma penumbra misteriosa, entre o radicalismo político e a doença mental. Os assassinos são presos, costumam ser condenados mas não se sabe a razão exata daquilo que fizeram, por que fizeram -- o que torna tudo mais incerto e assustador.

Mesmo quem acredita que Lee Oswald planejou e executou o assassinato de John Kennedy por conta própria não consegue explicar sua motivação profunda. Muito menos se entende a razão que levou o assassino de Robert Kennedy a apertar o gatilho. Mas ninguém tem dúvidas sobre as causas que motivaram a morte de Martin Luther King, num momento em que a luta por direitos civis ganhava terreno. King morreu como o mais importante líder da população negra americana em sua história -- e é este antecedente que aumenta a preocupação em torno de Obama.

Leia a reportagem do New York Times (e treine o seu inglês)

http://www.nyt.com:

O Rio de Minha Aldeia (Fernando Pessoa como Alberto Caeiro)

O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,
Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia.

O Tejo tem grandes navios
E navega nele ainda,
Para aqueles que vêem em tudo o que lá não está,
A memória das naus.
O Tejo desce de Espanha
E o Tejo entra no mar em Portugal.
Toda a gente sabe isso.
Mas poucos sabem qual é o rio da minha aldeia
E para onde ele vai
E donde ele vem.
E por isso porque pertence a menos gente,
É mais livre e maior o rio da minha aldeia.

Pelo Tejo vai-se para o Mundo.
Para além do Tejo há a América
E a fortuna daqueles que a encontram.
Ninguém nunca pensou no que há para além
Do rio da minha aldeia.

O rio da minha aldeia não faz pensar em nada.
Quem está ao pé dele está só ao pé dele.

Alberto Caeiro

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Quem foram Maistre e Beccaria.

Joseph Marie de Maistre (1763-1821), um dos mais ardentes adversários da Revolução Francesa, era pela restauração do poder teocrático representado pelo Rei e pelo Papa. Em "As Noites de São Petersburgo", pronuncia-se a favor da pena capital. Cesar Beccaria, Marquês de Beccaria (1738-1794) publicista italiano, em sua obra máxima Dei Delitti e Della Pene (Dos Delitos e das Penas), condena formalmente qualquer tipo de tortura, afirmando que a pena de morte excede o direito de defesa da sociedade. (Transcrito da nota de rodapé do livro citado).

Para os futuros alunos de Direito, a leitura de Beccaria será obrigatória nas aulas de Direito Penal, rsrsrsrs.

Os Miseráveis, de Vítor Hugo.

(...) "Quanto ao bispo, ver a guilhotina foi um choque do qual levou muito tempo para se restabelecer.

Com efeito, o patíbulo, quando está levantado, é algo que alucina. Pode-se considerar com certa indiferença a pena de morte, não aprová-la nem condená-la, enquanto não se tiver visto, com os próprios olhos, uma guilhotina; mas, vendo-se uma, o choque é violento e é preciso decidir-se ou a favor ou contra. Uns a admiram, como de Maistre; outros a detestam, como Beccaria. A guilhotina é a síntese de toda a lei; seu nome é vingança; não é absolutamente neutra, e não permite que continue neutro. Quem a vê se amedronta com o mais misterioso dos medos.
Todas as questões sociais levantam pontos de interrogação ao redor desse cutelo. O patíbulo é visão. O patíbulo não é simples armação de madeira, não é máquina: o patíbulo não é engenho inanimado feito de madeira, ferro e cordas. Parece um ser que possui não sei que iniciativa sombria; dir-se-ia que essa armação vê, que essa máquina entende, que esse mecanismo compreende, que essa madeira, esses ferros, essas cordas têm vontade própria. No pesadelo amedrontador em que lança a alma, o cadafalso se mostra terrível, confundindo-se com sua tarefa. O patíbulo é o cúmplice do carrasco; devora, alimenta-se de carne, sacia-se com sangue. É uma espécie de monstro fabricado pelo juiz e pelo carpinteiro, um espectro que parece viver uma vida feita de todas as mortes que ocasiona." (...)
Os Miseráveis, de Vítor Hugo. São Paulo, Editora Cosac & Naif, 2002. p.37.

Vitor Hugo e a pena de morte

Oi turma. Estou lendo "Os miseráveis", de Vítor Hugo. É um grande livro, extraordinário livro. É uma das primeiras obras que voltam o seu olhar para as questões e contradições sociais da sociedade européia do século XIX. Isso quer dizer que ela reflete sobre o mundo da revolução industrial e pós-Revolução Francesa. Outros autores também dedicaram suas obras ou parte delas para essa reflexão, a exemplo de Charles Dickens, na Inglaterra (Um conto de Natal, David Copperfield) e Emile Zola, também na França (Germinal, sobre a vida em uma aldeia cuja principal atividade econômica era a mineração de carvão). Esses autores estão intimamente relacionados aos movimentos romântico, naturalista e realista.

Uma boa dica para estudar seria assistir (ou rever) o filme "Os miseráveis", com Gerard Depardieu (aquele francês, do narigão) no papel de Jean Valjean. Eu, de minha parte, transcrevo no próximo post um trecho belíssimo, onde Hugo põe uma extraordinária reflexão sobre a pena de morte na fala do bispo Bienvenu, que reflete sobre o papel da guilhotina após assistir a um condenado a morte em seus últimos momentos.
Leia, salve no seu computador e lembre que o trecho traz ótimas reflexões para uma redação sobre o tema.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Prefeitura de São Paulo anuncia o fechamento de bibliotecas públicas

Pois é. Alguém se lembra de Monteiro Lobato dizendo, lá no início do século XX, que um país se faz com homens e livros? Confiram a notícia no link do jornal Folha de São Paulo.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u373422.shtml

Democratas e Republicanos, regras diferentes nas primárias.

Um elemento que contribui para complicar as prévias americanas é a diferença das regras adotadas pelo Partido Democrata e pelo Partido Republicano. Entre os republicanos, quem ganha as prévias em um estado leva o voto de todos os representantes (delegados) daquele estado na convenção do partido. Por exemplo, a vitória de McCain sobre Huckabee faz com que TODOS os delegados do estado votem em McCain. Entre os democratas, os representantes são divididos proporcionalmente entre os candidatos, de acordo com a votação que eles obtiveram. Por exemplo, em um estado no qual Obama obteve 60% dos votos e Hillary 40%, os votos dos delegados são divididos da mesma forma.

MAS, ATENÇÃO! Existem, ainda, nos dois partidos, os super-delegados. Eles são figuras de importância dentro do partido que não precisam ser votados para participar da sua convenção, pois adquirem esse direito por serem senadores ou ex-presidentes, por exemplo. Todos os senadores de cada partido são superdelegados, bem como os ex-presidentes do país. Todos os superdelegados podem votar em quem quiserem, independente do resultado das votações de seus estados, daí o nome que tem.

Por isso, diante de um resultado muito apertado entre os delegados normais, eles podem fazer a diferença. Tanto Hillary quanto Obama estão marcando cerrado em cima de todos eles, para garantir a escolha do partido no meio do ano.

Brasil não tem mais dívida externa!

Não é brincadeira. Nesta quinta feira, o Banco Central divulgou o seu relatório onde anuncia que o valor atual da dívida líquida externa passou de 165 bilhões de dólares em 2003 para 4 bilhões no final de 2007. Atenção, não quer dizer que as dívidas já foram pagas, mas que as reservas de dólares do Brasil são maiores em 4 bilhões do que o total de suas dívidas, o que reforça o argumento de que o país está mais preparado para as crises externas. Aliás, nas recentes variações das bolsas de valores por conta da crise do mercado imobiliário americano, o Brasil já não foi nenhum pouco abalado.

Programa legal na Livraria Cultura

Oi turma. Seguem duas ótimas sugestões de atividades programadas pela Livraria Cultura, lá ao lado do Paço Alfândega.

No dia 06 de março, às 19:00 h, haverá uma palestra sobre a Revolução Pernambucana de 1817, quando a independência foi proclamada pela província e um governo autônomo funcionou durante cerca de três meses. Foi o movimento mais importante em direção à separação do Brasil do domínio português porque foi o único que conseguiu efetivamente chegar ao poder, mesmo que por pouco tempo. A inconfidência mineira (Tiradentes, 1789) e a baiana (1798) não passaram da fase conspiratória. Além do mais, a Assembléia Legislativa, após uma pesquisa, estabeleceu a data como comemorativa da história do estado.

No dia 14 de março, às 18:00 h, haverá declamação de poesia, em homenagem ao dia nacional da poesia, com a participação de vários poetas da cidade. Confira abaixo, no link da própria Livraria.

http://www.livrariacultura.com.br/scripts/cultura/eventos/palestras.asp?sPagina=2&local=3&sid=01231607910125409921715011&k5=2D38AAE1&uid=

Relatório da ONU sobre o desenvolvimento humano

Oi turma. Segue abaixo o link para a página do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), que traz o relatório sobre o desenvolvimento humano com um monte de tabelas e índices. Vale pelo assunto, que você estuda também em geografia (descubra na fonte todos aqueles índices de IDH, de gini, etc.). Vale também para treinar o inglês ou o espanhol, já que você também pode acessar a página ou baixar o relatório nessas línguas. Êita mundinho pequeno esse, o da internet (por isso a China não deixa o povo acessá-la livremente!) rsrsrs.

http://hdr.undp.org/en/reports/global/hdr2007-2008/chapters/portuguese/

Essa é pra quem gosta de desenho japonês...

Oi turma. Para aqueles que gostam de quadrinhos e desenhos japonês, aí vai uma boa novidade. Na verdade, é o lançamento dos desenhos de Akira, praticamente a primeira grande série japonesa em desenho, que faz aniversário de vinte aninhos. Akira se passa numa Tóquio pós-guerra nuclear, com muita radiação, futurismo, experiências genéticas, motos, velocidade, gangues juvenis e um futuro meio cinzento. (Bem diferente do mundo imaginado pelos europeus no século XIX, hem? Tão vendo que a história ajuda muito a entender o cotidiano e entender melhor até mesmo os desenhos? História é massa!!!). A série foi lançada também em quadrinhos, no início dos anos 90, eu mesmo tenho ainda uns exemplares. rsrsrs.

http://www.rollingstone.com.br/materia.aspx?idItem=1813&titulo=%3ci%3eAkira%3c%2fi%3e+ser%c3%a1+lan%c3%a7ado+em+DVD&Session=Di%c3%a1rias


quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Charges.com.br

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

As primárias americanas

Sem dúvida, o noticiário sobre as eleições americanas deixa muita gente com a impressão de que o processo eleitoral é, no mínimo, muito complicado e uma bagunça. De fato, ele é relativamente simples.

É preciso entender, de início, que há uma diferença fundamental em relação ao Brasil. Aqui, os partidos é que escolhem os candidatos. Quando algum deles realiza algum processo interno de prévias para esta definição, a imprensa normalmente trata o fato como sendo um "sério conflito interno no partido", uma "divisão inconciliável" ou algo do termo. Nos EUA as prévias são vistas com absoluta normalidade e estão incorporados aos calendários dos partidos e ao cronograma eleitoral há uns quarenta anos.

O processo é dividido em duas fases. Na primeira, de janeiro a junho, são as eleições primárias, prévias onde os eleitores de cada estado vão às urnas para escolher quem eles desejam que seja o candidato de cada partido. Ou seja, nestas eleições que estão ocorrendo, os partidos estão escolhendo quem será o seu candidato para a eleição. Obama, Hillary, McCain, Huckabee, são todos candidatos a candidato.

Em junho ocorrem as convenções dos partidos onde os delegados eleitos nas primárias irão referendar os candidatos que foram vitoriosos nas prévias. A partir daí até o final de outubro é a campanha propriamente dita. Os candidatos escolhidos pelos partidos se enfrentarão até a eleição na primeira terça-feira de novembro. É isso.

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Enquete da semana.

Oi turma. A enquete da semana é para estimular a pesquisa sobre as eleições americanas. Os sítios do UOL e do IG trazem especiais sobre o assunto com muitas informações, inclusive as idéias dos candidatos sobre a América Latina e o Brasil. Uma boa semana para todos. Ah, valeu pelos que responderam a enquete da semana passada. A charge abaixo foi publicada recentemente no Jornal do Commercio e lembra-nos em que medida o que acontece nos EUA repercute no planeta, para o bem e para o mal.

A metáfora do Titanic

A chegada do século XX deu-se, portanto, sob clima de entusiasmo para aqueles que podiam desfrutar das benesses de todas aquelas maravilhas da ciência e da modernidade. O período imediatamente anterior ao início da Primeira Guerra é chamado comumente de "belle èpoque". É nesse contexto que a construção do Titanic pode ser vista como uma metáfora dos tempos modernos, dos primeiros dias do século XX. O navio era o que de melhor e maior a tecnologia pôde construir e algo de particular importância foi o seu uso para o transporte de passageiros. O mundo estava ficando, efetivamente, menor.

Eu penso que a fala atribuída, acho que ao seu comandante, de que "nem Deus afunda este navio" não pode ser comprovada e tem algo de lendária. Mas, verdadeira ou não, o fato dela se propagar, mostra também, de uma forma geral, a força que ciência, a tecnologia, símbolos do progresso, tinham na época. Outra imagem forte que o navio traz é a sua divisão em classes, fato ainda mais tragicamente demonstrado entre as suas vítimas, a maioria entre aqueles que estavam nos porões. O navio que representava o progresso não possuia lugar de primeira classe para todos e seguia produzindo suas vítimas.

Seu naufrágio prenunciou algo que de terrível, os limites que o progresso parecia não ter, até então. Infelizmente, um pouco depois, a Europa Ocidental mergulhava na Grande Guerra de 1914 (como ela foi chamada até que a "segunda" começasse), de onde emergiu com um saldo de mais de 20 milhões de mortos. As técnicas e o progresso ampliavam igualmente as possibilidades da destruição coletiva. Nem bem as cicatrizes da guerra estavam fechadas, quando estourou a Segunda Guerra. O mundo assistiu ou soube depois, dos horrores do nazismo, dos campos de concentração, de extermínio e viu o início da era nuclear. A manhã de 06 de agosto de 1945 trazia pela primeira vez a perspectiva de que a espécie humana pudesse ser extinta por ela mesma. Éramos a única espécie, na verdade, a poder realizar tal proeza. A Razão estava definitivamente em xeque. O stalinismo também produziu, igualmente, os seus milhões de mortos na URSS totalitária. Por todo lugar, o otimismo que era o tom do século XIX estava em declínio.

O Poder e os cientistas precisavam a partir de então, refletir sobre si mesmo e suas responsabilidades. Muito da filosofia da segunda metade do século foi dedicada a essas discussões.

A Razão, o Progresso e o século XIX.

A crença, verdadeira fé, no poder criativo da Razão chegou ao auge no século XIX. Ela se apresentou, essencialmente, de duas maneiras.
Por um lado, as novidades da técnica. As maravilhas produzidas pelo avanço da ciência deixavam poucas possibilidades de que as pessoas não a achassem realmente capaz de resolver problemas milenares da humanidade, a exemplo de diversas doenças. As diversas invenções e descobertas ocorriam de forma acelerada e traziam mudanças espetaculares. O motor a combustão, o raio x, o telégrafo, a expansão das estradas de ferro, o petróleo, a eletricidade e os seus usos, o aço, os primeiros automóveis, as impressionantes construções e cidades que eram postas abaixo e reconstruídas (Paris e São Petersburgo foram os exemplos mais perfeitos dessa ânsia destruidora-criadora), as descobertas da química e o surgimento de remédios e curas novas quase que a todo momento.
Em outro aspecto, as ligações entre a razão e a política. O século XIX foi um momento em que poucos duvidaram da capacidade do ser humano em projetar conscientemente (a Razão, novamente) a sociedade em que desejavam viver. E que essa sociedade seria melhor do que aquela em que viviam. Esse pensamento foi comum tanto aos revolucionários quanto aos conservadores. A velha Paris era cheia de becos, vielas, ruas estreitas e amplamente favorável ao erguimento das famosas barricadas, que se fizeram nas insurreições populares desde a Revolução Francesa. O prefeito Haussman, conservador, conduziu um amplo projeto de reforma urbana que pôs abaixo toda a "parte velha" da cidade, abrindo largas avenidas, iluminadas, e que até hoje convergem todas para uma praça central (onde está o Arco do Triunfo), com o objetivo declarado de melhor controlar as manifestações populares. No outro extremo, os marxistas acreditavam na criação consciente, racional, de uma sociedade de iguais, elaborando igualmente uma crítica racional ao sistema econômico e político vigentes.
O século XIX foi também considerado por muitos como o século da História. Durante o processo de unificação da Alemanha, os intelectuais construíram algumas das manifestações mais representativas do pensamento do século XIX: o Romantismo, o Folclore e a História. Em todos, a preocupação com o olhar voltado para o passado, para descobrir o que era a Alemanha, qual era a sua História, qual era a alma de seu povo, onde estavam as suas origens. Entre os alemães, consolidou-se a corrente da história positivista ou metódica. Sua grande preocupação era descobrir (hoje seria dito construir) um passado para a Alemanha. A história seria a enunciação dos atos praticados pelo governantes, suas políticas, suas guerras. Se a tarefa de clio se faz dessa forma, o papel do historiador seria, então, descobrir o documento que mostra o fato verdadeiro, colocá-lo em ordem cronológica e escrever um texto narrativo sobre os fatos descobertos. Assim, desenvolveu-se toda uma produção voltada para os grandes eventos, dirigidos pelos grandes líderes, que conduziam grandes batalhas, grandes negociações.
O aspecto dos metódicos que, ainda hoje, mais influencia a história é a sua preocupação em fazer a crítica do documento, isto é, verificar a sua autenticidade. Justamente, embora quase todos hoje questionem uma história que se preocupe apenas com o grande evento, mas ninguém nega a importância de aferir a correção do documento examinado.
ATENÇÃO PARA TODOS, PORQUE ESSA PARTE TEÓRICA É IMPORTANTE E MATÉRIA CONSTANTE NA FEDERAL E NA UPE.

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Charge de Humberto - JC 16/02/08


sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Efemérides em 2008.

Atenção para algumas datas que farão aniversários este ano:

A corte portuguesa no Rio de Janeiro - 200 anos
Confederação do Equador - 160 anos
Independência da Índia (contra o império britânico) - 60 anos
Criação do estado de Israel - 60 anos
Bossa Nova - 40 anos

Depois, mando outras datas. Que tal aproveitar o fim de semana para descobrir um pouco de Tom Jobim, Vinícius de Morais, João Gilberto? Pesquisar um pouco sobre a Bossa Nova, baixar uma música legal, enfim, aproveitar para ficar mais sabido?

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Remanejamentos na UFPE e na UPE e novo vestibular na UFRPE

Oi pessoal! Saiu o 3o. remanejamento da UFPE , o 4o. da UPE e um novo vestibular na UFRPE, para vagas remanescentes nos campus do interior. Espalhem a notícia, digam para os colegas. Cliquem nos links abaixo e confiram.

http://jc.uol.com.br/especiais/vestibular2008/2008/02/14/not_284.php

http://jc.uol.com.br/especiais/vestibular2008/2008/02/13/not_283.php

http://jc.uol.com.br/especiais/vestibular2008/2008/02/09/not_282.php

A Razão e o seu século

O século XX foi marcado por um profundo questionamento sobre os valores construídos pelo mundo ocidental desde o século XV, que caracterizam a modernidade. Desde o renascimento, consolidou-se uma visão de mundo que é comumente chamada de racionalismo. Ela se constitui numa crença na capacidade de nossa razão explicar a natureza. Foi essa certeza que criou as ciências modernas, a física e a química, principalmente. Desde então difundiu-se a idéia de que através de meu raciocínio eu posso entender e explicar a natureza, descobrir as leis que a faz funcionar.

Pense assim: um religioso olha para o céu à noite e fica maravilhado "pelo poder de Deus, que sustenta todos os astros em seu lugar". O "homem da razão" olha o mesmo céu e buscará desvendar os mecanismos que o sustentam, a exemplo da "lei da gravitação dos corpos". Evidentemente, essas diferentes posturas iniciaram um certo distanciamento entre esses dois observadores (o velho confronto entre religião e ciência), que só foi agravado pela intensa repressão desencandeada pela Igreja Católica contra esses pensadores e que levou vários para as fogueiras medievais. Atualmente as mágoas e desconfianças mútuas ainda atrapalham muito a realização de um diálogo mais tranqüilo e comedido entre os pensadores das igrejas e da ciência. Mas lembre-se: não é um diálogo impossível.

Mas não bastava entender a natureza. Buscava-se entendê-la para dominá-la, explorá-la melhor, não necessariamente em um sentido negativo, como essas palavras podem levar a pensar. Efetivamente, a física e a química possibilitaram amplos avanços tecnológicos em todas as áreas da nossa vida, melhorando, facilitando, reduzindo a mortalidade, aumentando a produtividade agrícola, reduzindo a necessidade de força física no trabalho manual, enfim. Basta pensarmos nos benefícios que os inventos modernos nos proporcionam. A eletricidade, a penicilina, o raio x, a utilização das ondas de rádio, o chip, etc. etc. Durante o século XIX foi muito grande a percepção de que a ciência era capaz de maravilhas e que ela traria a solução de todos os problemas da humanidade. Com ela, teríamos paz, harmonia, o fim das doenças, o progresso. Foi no XIX que essas idéias ganharam corpo em uma filosofia, o positivismo, consolidada pelo pensador Auguste Conte e que reconhecia no pensamento científico a forma mais avançada e última do pensamento humano. Tais concepções apenas seriam abaladas, e seriamente, a partir das grandes guerra do século XX e do nazi-fascismo.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Sejam bem vindos!!!

Oi pessoal! O blog é uma idéia para acompanharmos nossas aulas e facilitar a troca de idéias e esclarecimento de dúvidas sobre as aulas. Vamos às dicas e novidades para melhor utilizá-lo:

1) Sempre que você quiser saber se precisa ou não sair de sombrinha ou guarda-chuva, pode consultar a previsão do tempo no nosso blog.

2) No final da página temos dois links para notícias: o IG-último segundo e o New York Times, com atualização permanente. Você pode clicar na notícia e ir para a página principal dela.

3) Participe de nossas enquetes semanais. Tanto respondendo, quanto sugerindo nos comentários.

4) Para comentar, você só precisa fazer um cadastro rápido e pronto.