sexta-feira, 4 de abril de 2008

Salazar em Portugal, 1926/1974.

Portugal viveu sob um regime autoritário de 28 de Maio de 1926 até 25 de Abril de 1974.
Desde a instauração da República, em 1910, que Portugal vivia uma época de conturbações políticas, econômicas e sociais, com as quedas de sucessivos governos e uma situação financeira periclitante, agravada com a participação na 1ª guerra mundial.

Havia uma grande instabilidade no país que propiciou o derrube do regime democrático-parlamentar e a instauração de uma ditadura com o golpe de 28 de Maio de 1926, chefiado por Gomes da Costa.

A partir de 1928, entra na cena política António de Oliveira Salazar, como ministro das finanças. Com uma política de austeridade, Salazar consegue equilibrar a balança econômico-financeira do país e construir uma imagem de homem de estado forte. Essa imagem e a sua influência têm peso para a aprovação da nova Constituição, que instauraria o regime do Estado Novo (a semelhança com o nome do regime inaugurado por Vargas no Brasil em 1937 não é mera coincidência - por isso, muitos associam esse momento no Brasil ao fascismo).

A Constituição de 1933 em Portugal vem dar força a um regime autoritário que proíbe os partidos políticos e as greves, estabelece a censura e cria polícia política. Esta polícia foi primeiramente chamada de PVDE e depois, em 1945, passa a ter o nome de PIDE.

Estas medidas serviram para criar um estado repressivo, que dominava pelo medo e pela ignorância. Para esta situação ajudavam também as más condições de vida de grande parte da população e as elevadas taxas de analfabetismo. Era mais fácil para Salazar dominar uma sociedade pobre e sem cultura.

Em 1968, Marcelo Caetano substitui Salazar, que se encontrava gravemente doente. Apesar das aparências de uma certa liberalização, que ficou conhecida como "primavera marcelista", as estruturas salazaristas mantinham-se iguais. Continuava a censura - agora chamada exame prévio, a PIDE - agora chamada DGS, e a guerra colonial (a luta das colônias africanas pela independência)
.
A interminável guerra colonial foi em grande parte o motivo que levou à queda do regime. O descontentamento popular que provocava, alastra aos militares que combatiam em Angola, Guiné e Moçambique. Foram as forças armadas que se rebelaram contra o regime e fizeram a revolução do 25 de Abril, chamada poeticamente de Revolução dos Cravos.

Nenhum comentário: