quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

Cultura e História. Nossos antepassados remotos.

Australopitecus Afarensis (símios do sul de Afar). 3,5 milhões de anos, na região de Afar, leste da Etiópia, margens do lago Turkana, o berço da humanidade., Totalmente bípedes. Faziam instrumentos muito rudimentares. É dessa espécie os fosseis de nossa antecestral mais célebre, Lucy. Seu nome deveu-se à música dos Beatles, Lucy in the sky with diamonds, que tocava no rádio no momento de sua descoberta.

Homo Habilis. Surgiu entre 2 e 1,5 milhão de anos nas mesmas áreas ocupadas pelos australopitecus, mas suas formas físicas indicam uma espécie diferente, o homo. Carnívoro e herbívoro, 1,20 de altura, seus instrumentos cortantes com pedras e madeiras são considerados os primeiros que podem ser mais propriamente chamados de fabricados. Para isso influenciou profundamente o desenvolvimento do movimento prênsil realizado pelo encontro do polegar com o indicador, que permite vários movimentos com mais delicadeza e precisão. Provavelmente, primeiros comportamentos cooperativos (alimentação em grupo). Suas habitações estavam próximas às nascentes de águas e lagos. Aliás, comentário quase desnecessário!

Homo Erectus. Maior massa craniana. Mais ferramentas, mais sociáveis, formas mais complexas de comunicação. Domínio do fogo, mas possivelmente sem ainda conseguir controlar a sua produção. Melhoria nas habitações e no alimento. Superação do período glacial. São também classificados como outras formas de hominídeos ou Pitecantropus (homem-macaco, por falta de melhor definição!). Homem de Java, Homem de Heidelberg, Homem de Pequim. Viveram entre 500 e 200 mil anos. Possuíam maxilares grandes e proeminentes. Foi o primeiro a migrar. De pele negra, é o nosso mais antigo antecestral, para desespero de racistas, espíritos preconceituosos, segregacionistas de qualquer tipo.

Homo neanderthalensis. Seu nome deve-se aos fósseis encontrados em Neandertal, vale da bacia do Dussel, na Alemanha. Até o momento, o primeiro ligado à nossa espécie. Pode mesmo ser considerado um antecedente direto do Homo Sapiens. Habitou várias regiões na Europa, Ásia Menor (oriente médio)e norte da África. Caçador habilidoso, novas invenções, facas, pontas de lanças, supultamentos mais ritualizados, com os mortos enterrados junto com os seus pertences pessoais e enfeites. Foi contemporâneo do Homo Sapiens.

Homem de Cro-Magnon. Último elo conhecido entre os neandertais e o sapiens, mas a cadeia não está completa: falta ainda o “elo perdido”. Possuía cerca de 1,80 e o cérebro mais semelhante ao homem moderno. Seu surgimento se deu no paleolítico superior.

Homo sapiens sapiens. Na África, 100.000 a.C. e migrou para a Europa, cerca de 35 mil anos. Uso mais refinado da linguagem. É o período onde surge a farta produção cultural rupestre, com representações de cenas de caça, de atos sexuais, de animais, de figuras humanas. Sobre o significado destas imagens, é comum associá-las a rituais mágicos. A cena de caça seria uma espécie de esconjuro para ter sucesso na empreitada. Bem, também não podemos desprezar a séria possibilidade das pinturas responderem aos desejos estéticos de seu autor. Isto é, ele pintava por achar belo, por querer pintar. Por que o artista daquela época deveria dedicar-se a sua obra por interesses apenas "mágicos"? Não podia ter anseios estéticos? Isso nos é próprio, isto é, a nós, ditos civilizados?!! Pensem! É dessa época ainda, a invenção do arco e flecha, anzóis, arpões, agulhas e botões e uma profusão de vestígios de fogueiras.

À medida em que as sociedades tornam-se mais complexas, a divisão do trabalho vai se aprofundando. Primeiro, a divisão sexual. Os homens caçam e as mulheres coletam. Depois, a divisão social. Surgem aldeias que privilegiam a criação, a agricultura, o artesanato, o comércio. Permeando tudo, temos o mais significativo elemento que altera a organização do trabalho: a divisão entre os que pensam, planejam, conhecem o objetivo da realização daquela tarefa e os que apenas a executam.

Essa divisão entre trabalho intelectual e manual encontra-se no âmago das relações de poder, da estratificação social, da diferenciação do grupo em classes distintas. As próprias atividades intelectuais passarão por especializações, surgindo as mais variadas atividades de natureza cultural e espiritual.

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