sexta-feira, 28 de março de 2008

Abreu e Lima, a refinaria e a Venezuela.

O que os três itens acima possuem em comum? Abreu e Lima foi um dos revolucionários pernambucanos de 1817, formado desde criança com profundas convicções liberais (inclusive, viu o pai ser executado na rebelião de 1817). Isso significava no início do século XIX lutar contra o domínio das metrópoles, a favor da independência e de movimentos republicanos, além da defesa da liberdade de religião e de opinião.

Derrotado o governo republicano de 1817, Abreu e Lima foi para a Venezuela e alistou-se nos exércitos de Bolívar e participou como um de seus generais na luta pela independência da Venezuela e da Colômbia contra a Espanha. Hoje, o general pernambucano é integrante da galeria dos heróis nacionais da Venezuela, com direito a estátua ao lado da de Bolívar na praça central de Caracas.

Quando Hugo Chávez iniciou o seu governo, ele proclamou sua intenção de fazer uma "revolução bolivariana", que recuperasse o ideal de unidade latino-americana, etc. etc. Há cerca de três anos, surgiu o projeto de formação de empreendimentos comerciais comuns entre as estatais do petróleo do Brasil e da Venezuela (Petrobrás e PDVSA). As duas empresas explorariam em sociedade uma refinaria a ser construída no litoral do Nordeste do Brasil e a retirada de petróleo na bacia hidrográfica do rio Orinoco, na Venezuela. ATENÇÃO: Na visita conjunta desta semana, os presidentes Lula e Hugo Chávez definiram a participação de cada um no empreendimento (a Petrobrás com 60 e a PDVSA com 40%).

Quando o local da instalação da refinaria iria ser definido, o presidente Chávez demonstrou o interesse em que o estado escolhido fosse Pernambuco, em homenagem ao Abreu e Lima. Claro que o estado também possuía outros caracteres para essa definição, a exemplo de localização, profundidade do porto de Suape, abastecimento d'água, etc. Assim, Abreu e Lima acabou por ser um importante "cabo eleitoral" para que a refinaria fosse instalada em Pernambuco.

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