segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Medo de atentado faz Obama reforçar a segurança.

A NOTÍCIA ABAIXO FOI EXTRAÍDA DO BLOG DO PAULO MOREIRA LEITE, JORNALISTA, REPORTER ESPECIAL DO IG, JÁ FOI REDATOR CHEFE DA VEJA E DIRETOR DE REDAÇÃO DA ÉPOCA (VOCÊ ACESSA O BLOG DELE PELO PORTAL DO IG).

O New York Times revela hoje um dos segredos de polichinelo da campanha presidencial: Barack Obama é um candidato com a segurança reforçada, mobilizando agentes e recursos num volume maior do que Hillary Clinton, que tem direito a segurança do Estado porque é primeira-dama.

A proteção a Obama se explica pela violência da sociedade americana, em geral, e pelos assassinatos políticos, em particular. Obama costuma ser comparado com políticos que despertaram grandes esperanças na população -- John Kennedy, Martin Luther King, Bob Kennedey -- e que morreram assassinados nos anos 60, isto é, há menos de 50 anos.

Não há suspeitas concretas sobre eventuais atentados contra Obama. São temores baseados nos crimes anteriores mas, mesmo assim, o receio é bem maior do que se poderia imaginar. É partilhado por políticos experimentados, que pressionaram Obama para convencê-lo a só circular pelo país com a proteção reforçado. Sua campanha conta com os homens do serviço secreto desde 3 de maio do ano passado -- jamais um presidenciável requisitou esse auxílio com tanta antecedência.

Cabos-eleitorais e militantes da campanha de Obama, que conhecem as doenças subterrâneas da cultura americana, também se ocupam do assunto. Uma diplomata branca, que tomou a iniciativa de chamar minha atenção sobre o tema, me fala dos supremacistas, aqueles cidadãos que se auto-nomearam defensores da superioridade racial. "Isso só existe em nosso país," diz ela. "Você pode ter certeza que os negros americanos sabem disso, pensam nisso, mas tem até medo de falar sobre isso," me disse Mavel Jones, que é funcionaria graduada de uma grande seguradora, ocupada com clientes de baixa renda e serviço comunitário junto a população do Harlem, em Nova York. Com antepassados negros e portoriquenhos, Mavel diz:"Alguns negros tem medo até de votar em Obama pelo receio de que possa lhe acontecer alguma coisa. Não votam nele para protgê-lo."

Crimes políticos existem em diversos países mas aqueles que ocorrem nos Estados Unidos tem uma traço comum: dificilmente se consegue apontar uma explicação para gestos tão extremos. Sempre fica uma penumbra misteriosa, entre o radicalismo político e a doença mental. Os assassinos são presos, costumam ser condenados mas não se sabe a razão exata daquilo que fizeram, por que fizeram -- o que torna tudo mais incerto e assustador.

Mesmo quem acredita que Lee Oswald planejou e executou o assassinato de John Kennedy por conta própria não consegue explicar sua motivação profunda. Muito menos se entende a razão que levou o assassino de Robert Kennedy a apertar o gatilho. Mas ninguém tem dúvidas sobre as causas que motivaram a morte de Martin Luther King, num momento em que a luta por direitos civis ganhava terreno. King morreu como o mais importante líder da população negra americana em sua história -- e é este antecedente que aumenta a preocupação em torno de Obama.

Leia a reportagem do New York Times (e treine o seu inglês)

http://www.nyt.com:

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