domingo, 17 de fevereiro de 2008

A Razão, o Progresso e o século XIX.

A crença, verdadeira fé, no poder criativo da Razão chegou ao auge no século XIX. Ela se apresentou, essencialmente, de duas maneiras.
Por um lado, as novidades da técnica. As maravilhas produzidas pelo avanço da ciência deixavam poucas possibilidades de que as pessoas não a achassem realmente capaz de resolver problemas milenares da humanidade, a exemplo de diversas doenças. As diversas invenções e descobertas ocorriam de forma acelerada e traziam mudanças espetaculares. O motor a combustão, o raio x, o telégrafo, a expansão das estradas de ferro, o petróleo, a eletricidade e os seus usos, o aço, os primeiros automóveis, as impressionantes construções e cidades que eram postas abaixo e reconstruídas (Paris e São Petersburgo foram os exemplos mais perfeitos dessa ânsia destruidora-criadora), as descobertas da química e o surgimento de remédios e curas novas quase que a todo momento.
Em outro aspecto, as ligações entre a razão e a política. O século XIX foi um momento em que poucos duvidaram da capacidade do ser humano em projetar conscientemente (a Razão, novamente) a sociedade em que desejavam viver. E que essa sociedade seria melhor do que aquela em que viviam. Esse pensamento foi comum tanto aos revolucionários quanto aos conservadores. A velha Paris era cheia de becos, vielas, ruas estreitas e amplamente favorável ao erguimento das famosas barricadas, que se fizeram nas insurreições populares desde a Revolução Francesa. O prefeito Haussman, conservador, conduziu um amplo projeto de reforma urbana que pôs abaixo toda a "parte velha" da cidade, abrindo largas avenidas, iluminadas, e que até hoje convergem todas para uma praça central (onde está o Arco do Triunfo), com o objetivo declarado de melhor controlar as manifestações populares. No outro extremo, os marxistas acreditavam na criação consciente, racional, de uma sociedade de iguais, elaborando igualmente uma crítica racional ao sistema econômico e político vigentes.
O século XIX foi também considerado por muitos como o século da História. Durante o processo de unificação da Alemanha, os intelectuais construíram algumas das manifestações mais representativas do pensamento do século XIX: o Romantismo, o Folclore e a História. Em todos, a preocupação com o olhar voltado para o passado, para descobrir o que era a Alemanha, qual era a sua História, qual era a alma de seu povo, onde estavam as suas origens. Entre os alemães, consolidou-se a corrente da história positivista ou metódica. Sua grande preocupação era descobrir (hoje seria dito construir) um passado para a Alemanha. A história seria a enunciação dos atos praticados pelo governantes, suas políticas, suas guerras. Se a tarefa de clio se faz dessa forma, o papel do historiador seria, então, descobrir o documento que mostra o fato verdadeiro, colocá-lo em ordem cronológica e escrever um texto narrativo sobre os fatos descobertos. Assim, desenvolveu-se toda uma produção voltada para os grandes eventos, dirigidos pelos grandes líderes, que conduziam grandes batalhas, grandes negociações.
O aspecto dos metódicos que, ainda hoje, mais influencia a história é a sua preocupação em fazer a crítica do documento, isto é, verificar a sua autenticidade. Justamente, embora quase todos hoje questionem uma história que se preocupe apenas com o grande evento, mas ninguém nega a importância de aferir a correção do documento examinado.
ATENÇÃO PARA TODOS, PORQUE ESSA PARTE TEÓRICA É IMPORTANTE E MATÉRIA CONSTANTE NA FEDERAL E NA UPE.

Um comentário:

Unknown disse...

Só faltou publicar o autor do texto, no mais, muita boa a colocação. abraços.
Andreia Regina,estudante de Historia UEMA.Campos Caxias.